The Great Gatsby é uma história sobre a impossibilidade de recapturar o passado e também a dificuldade de alterar o futuro. O protagonista do romance é Jay Gatsby, que é o misterioso e rico vizinho do narrador, Nick Carraway. Embora saibamos pouco sobre Gatsby no início, sabemos pela introdução de Nick – e pelo título do livro – que a história de Gatsby será o foco do romance. À medida que o romance avança e Nick se torna cada vez mais atraído para o mundo complicado de Gatsby, nós aprendemos o que Gatsby quer: Daisy, a prima de Nick, a garota que ele um dia amou. Qualquer coisa e qualquer um que fique entre Gatsby e Daisy torna-se um antagonista. Embora o marido brutal de Daisy, Tom, seja o antagonista mais óbvio, uma variedade de conceitos mais abstratos – como diferença de classe, expectativas sociais e mentiras passadas de Gatsby – também podem ser considerados antagonistas. O antagonista mais poderoso é o próprio tempo, o que impede Gatsby de recapturar o que perdeu.
Após uma breve passagem que enquadra a narrativa como lembranças de Nick de um verão de seu passado, a narrativa é em sua maioria linear, começando com a mudança de Nick para Nova York, o que faz dele o vizinho de Gatsby. Gatsby é rico, com um passado misterioso que é tema de muita especulação. Depois de conhecer seu vizinho em uma festa, Nick aprende que apesar do sucesso de Gatsby, ele anseia apenas por Daisy. O objetivo central de Gatsby através do romance é ver Daisy novamente e recapturar o seu passado comum. Em uma viagem à cidade com Tom, Nick conhece a amante de Tom, Myrtle. Na ação crescente do romance, Nick organiza um reencontro entre Gatsby e Daisy, e Jordan conta a história de Daisy e Gatsby a Nick. Gatsby e Daisy se apaixonam de novo, e Gatsby conta a Nick uma versão da história de sua vida. Muitas das histórias que Gatsby conta sobre si mesmo se transformam em mentiras ou meias verdades. A natureza fantástica das suas histórias dá à história de Gatsby uma qualidade mítica, o que reforça o sentido dele como um herói trágico.
Gatsby e Daisy são brevemente felizes juntos, e Nick é atraído pelo romance deles, mesmo que a perspectiva para o futuro do casal pareça sem esperança, em grande parte devido à incapacidade de Gatsby de separar os seus sonhos da realidade. Tanto o leitor quanto Nick podem ver a disparidade entre a imagem idealizada de Gatsby da Daisy que ele conheceu cinco anos antes, e o caráter real da própria Daisy. Fitzgerald apresenta Daisy como um personagem superficial e materialista, reforçando a sensação de que Gatsby está perseguindo um sonho, em vez de uma pessoa real: “Deve ter havido momentos, mesmo naquela tarde, em que Daisy caiu com os seus sonhos… tinha ido além dela, além de tudo.” Num passeio pela cidade, Gatsby entra em erupção e diz a todos na sala que ele e Daisy estão apaixonados e vão fugir juntos para casar. No entanto, Tom diz que Daisy nunca o deixará, e Daisy é incapaz de dizer a Tom que ela nunca o amou. Aqui, pela primeira vez, Gatsby deve confrontar diretamente a possibilidade de que seu sonho não possa ser alcançado, e ver Daisy como ela é atualmente, ao invés de sua lembrança idealizada dela. Mesmo neste ponto, porém, ele continua convencido de que ela acabará por escolhê-lo em vez de Tom.
O clímax do romance chega quando o grupo volta de Nova Iorque em dois carros, e Myrtle, a amante de Tom, confunde o carro de Gatsby com o de Tom e foge para a rua e é atropelada e morta. O carro que mata Myrtle pertence a Gatsby, mas Daisy está dirigindo. Depois disto, a acção resolve-se rapidamente. Gatsby assume a culpa para proteger Daisy, e o marido de Myrtle, George, mata Gatsby (e depois ele próprio) como vingança. Gatsby já teve uma morte simbólica neste ponto, quando ele percebe que Daisy não vai chamá-lo e não vai fugir com ele, afinal de contas. O seu sonho é finalmente apagado, e ele se dirige para a manhã da sua morte enfrentando a realidade pela primeira vez. Nick descreve o mundo como Gatsby agora o vê como insuportavelmente feio: “ele descobriu o grotesco que é uma rosa e como a luz do sol era crua sobre a relva mal criada.” Em contraste com a obsessão anterior com o passado, as passagens finais da vida de Gatsby preocupam-se com a novidade, a criação e o futuro – um que, sem o seu sonho de Daisy, ele acha hediondo.
Na ação de queda final do livro, Nick também deve confrontar a realidade, ao perceber que seu vizinho glamoroso e enigmático era o pobre filho de fazendeiros que se envolveu em atividades criminosas e não tinha amigos verdadeiros além de Nick. Nick tenta organizar um funeral para Gatsby, mas nenhum dos convidados de suas festas luxuosas vem. Daisy e Tom deixam a cidade, e Nick fica sozinho com o pai de Gatsby, que revela a verdade do humilde começo do seu filho como “James Gatz”. Após o funeral, Nick decide voltar ao Meio Oeste, de onde é originário, sentindo-se enojado com as “distorções” do Oriente. Mas primeiro, ele visita a casa de Gatsby uma última vez, embarcado e já defrontado com grafite, e reflete sobre o poder da luz verde no final da doca de Daisy que acendeu a esperança de Gatsby de recapturar o passado até o momento de sua morte. “Então, nós batemos, barcos contra a corrente, carregados de volta incessantemente ao passado”, diz ele, incluindo-se na tragédia da queda de Gatsby.